sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Início da Estrada Silveira da Motta e Ponte Branca - ONZE meses depois

Nenhuma imagem do município guarda ainda tanta similaridade ao clima caótico pós-enchente quanto a início da Estrada Silveira da Motta. Talvez por ser próximo do Centro, ou seja, dos setores da população que se proclamam estar mais integrados ao que acontece na reconstrução do município, esse local acaba até chamando atenção em detrimento de outros mais periféricos. Ainda assim, já é a segunda postagem deste blog sobre o abandono do Km 26. Em relação à primeira, percebe-se que o poste caído e os cabos de aço, largados sobre o asfalto, foram removidos. Porém, tal como no Km 25, uma cratera imensa ainda toma conta de toda a beira da pista e, "coincidentemente" tal como no Km 25, a soluções tomadas pelos órgãos responsáveis são, digamos, pouco efetivas.





Quem acompanhou esse trecho da Estrada no decorrer do último mês pode notar o tráfego em baixa velocidade pela presença de funcionários da Prefeitura e caminhões de construção civil atuando no local. Naturalmente, a primeira coisa que vem à mente é estão finalmente consertando o buraco. Triste ilusão. Na verdade, colocaram uma camada de asfalto em volta de toda a cratera como um aviso aos motoristas. Ou seja, por não apresentar uma medida definitiva para o problema, o poder público se acomoda a ficar fazendo "melhorismos". Afinal, basta alertar às pessoas que o buraco continua existindo e está tudo resolvido!










Como observado na cratera do Km 25, não há dúvidas de que a erosão, principalmente por conta das chuvas, prosseguirá escavando a margem do Rio Preto e consumindo cada vez mais o asfalto da beira da Estrada. A altura da ribanceira confirma o perigo enfrentado.








Logo à frente, o que restou da casa de Prego mantém-se como estava, sobrando ainda apenas a visão de parte da churrasqueira e piscina. Fica clara, portanto, a lentidão burocrática com que o antigo imóvel pode ser desapropriado e posto finalmente abaixo.







Os próprios ladrilhos do chão da casa acabaram cedendo. A única mudança perceptível foi a retirada dos móveis, que permaneciam ali apenas para acumular lixo e servir de berçário para mosquitos. De qualquer forma, o mato ocupa ainda mais o local.






Próximo à Ponte Branca, aparece novamente a impressão de comodismo do poder público perante a destruição deixada pela tragédia. Com a destruição do ponto de ônibus, constatei aqui que a varanda da casa mais próxima estava agora tendo essa função. E não é que isso foi mesmo oficializado? Agora, o ponto de ônibus da Ponte Branca é a frente de um imóvel em desmoronamento.










Sendo assim, passaram-se quase um ano da enchente e esse trecho continua com o tráfego limitado a meia pista. Reconhece-se, enfim, a construção de muros de contenção na beirada do Rio, porém as soluções tomadas agora não justificam nem o todo o tempo transcorrido desde janeiro, nem a quantidade de "remendos" colocados ao longo da Estrada que mais aparentam um acomodamento dos órgãos públicos, seja municipais ou estaduais, que a resolução concreta dos problemas.







terça-feira, 27 de dezembro de 2011

KM 25 da Estrada Silveira da Motta - ONZE meses depois

 Cursando faculdade no Rio, me afastei das postagens deste blog. De longe, recebi notícias que incitavam um certo otimismo, como a retirada das ferragens da Ponte Preta do leito do rio e a reconstrução de uma nova ponte. Porém, de volta a São José, presenciei a situação caótica em que, mesmo após quase um ano da enchente, se encontram várias localidades do município. Sendo assim, este blog retoma suas atividades partindo de uma imagem que mais parece uma provocação. Esse outdoor, colocado no Km 24 da Estrada Silveira da Motta, afirma a integração da Prefeitura no repasse de recursos do Governo do Estado do Rio para obras de infraestrutura pelo programa "Somando Forças". Vamos analisar se tal proposta está sendo, de fato, posta em prática.


Não muito depois do outdoor observa-se aquilo que a publicidade da Secretaria de Obras do Governo estadual não faz tanta questão de mencionar: quebra-molas. Só da Posse até o Centro de São José, são mais de cinquenta. No mês de novembro, é posto mais um no Km 25 da Silveira da Motta, porém esse foi colocado por um motivo ainda mais excepcional. Servia de aviso para a cratera imensa que se abriu na metade da pista com a tragédia. Já havia falado sobre o tema em um post de abril, ou seja, há oito meses. Como se vê, a única mudança de lá para cá foi o novo quebra-mola.


 
Vê-se que outra mudança, entre os cenários da primeira postagem e esta, foi o crescimento do mato na cratera, confirmando a passagem do tempo.
 
O mato acaba, inclusive, ocultando boa parte do buraco e comprometendo ainda mais a situação da Estrada. Mal é perceptível o quanto a erosão continua escavando a beirada da pista e alargando a margem do Rio Preto.

Para também alertar sobre o tamanho da cratera, foi amontoada uma pilha de terra, com mato em cima, antes do trecho comprometido da pista, em uma escancarada "solução de improviso". Dispensam-se comentários.


Com a presença do poder público limitada apenas às setas de desvio, a cratera segue aglomerando lixo e restos do trecho da Estrada revirados em meio à lama. É importante lembrar que é chegado o período de chuvas, o que não só agrava o processo erosivo, como também gera o acúmulo de água parada, ambiente perfeito para a proliferação de mosquitos.









No sentido oposto, há também a placa de redução de velocidade, inexistente na postagem anterior. Portanto, fica claro como são interessantes as soluções tomadas: para "resolver" o problema, basta colocar novos quebra-molas e placas de sinalização. É dessa forma que o transtorno de os carros serem obrigados a transitar em meia pista por meses à fio é compensado. Maravilha!


Por fim, em uma imagem idêntica ao do cenário de abril, o poste continua caído à beira da estrada. É provável que fique aí para sempre, comprovando o quão poderosas são as "forças somadas", divulgadas no outdoor, entre a Prefeitura e o Governo do Estado do Rio.




segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ponte Preta - Cinco meses depois

Pausei, por um tempo, minhas postagens ao notar a reconstrução concreta da rua em frente ao Hospital, a primeira denúncia deste blog, no começo de abril. Entretanto, decidi retomar o trabalho ao ver a Ponte Preta no leito do Rio até o presente momento, praticamente cinco meses após a enchente.



É perceptível a retirada das algumas árvores que se amontoavam sobre a Ponte até o mês anterior, como demonstram as fotos aqui encontradas, contudo as ferragens ainda acumulam uma série de resíduos revirados em meio à terra, como lixo e restos de vegetação.




A erosão permanece consumindo o asfalto da Rua Paulo Franco Werneck em um trecho onde a calçada ainda não existe. Portanto, exatamente o mesmo poste flagrado na primeira postagem se encontra em uma situação cada vez mais agravada de deslizamento.


A famigerada pinguela, já construída, mantém-se na função da Ponte Preta ao possibilitar a passagem de pedestres. Pelo menos, há uma indicação mais eficiente alertando a ribanceira à beira do Rio na ex-cabeceira da Ponte.


 Agora sim, sabemos que o "trânsito está interditado" para quem eventualmente desejar dar um mergulho no Rio com seu automóvel.


O orelhão da OI, colocado após a demanda por comunicação gratuita poucas semanas após a enchente, já foi vítima de maus tratos e agora padece amarrado no poste.



Do outro lado, duas colunas de madeiras fincadas com a intenção de impedir o movimento de motos e bicicletas (e gordinhos?) pela pinguela. Parece que a solução não anda sendo eficaz, pois há os que se aventuram a atravessar a pinguela em duas rodas e sair pelas laterais de sua cabeceira.